Escândalo sexual afasta acessor de Bento XVI.
ROMA -- Um assessor do papa Bento 16 foi afastado nesta semana por causa de um escândalo sexual envolvendo prostituição gay que sacudiu o Vaticano.
Ângelo Balducci, 61 anos, um dos Cavalheiros de Sua Santidade, uma espécie de assistente de elite do papa quando ele recebe visitas importantes, foi flagrado em gravações feitas pela polícia dando instruções a um interlocutor sobre detalhes físicos de homens que gostaria que fossem levados a ele.
Segundo a imprensa italiana, o interlocutor era o nigeriano Thomas Ehiem, 29 anos, integrante do famoso coral do Vaticano, que também foi afastado pela Igreja Católica.
A polícia havia grampeado o telefone de Balducci durante uma investigação de corrupção, que não estava relacionada com o Vaticano. Em uma das transcrições divulgadas pela imprensa, Ehiem descreve um homem como tendo "2 metros, 97 quilos e 33 anos". Também afirma a Balducci que o homem era "completamente ativo'".
De acordo com a transcrição das escutas telefônicas, entre os homens com os quais Balducci se encontrou figuravam seminaristas. Os diálogos também sugerem que Ehiem procurou pelo menos dez homens para Balducci, entre eles, modelos e um jogador de rúgbi. Thomas Ehiem seria integrante do coro que se apresentou para o papa Bento 16 em um concerto de Natal. Entre as atribuições de Balducci estavam a de receber chefes de Estado e carregar o caixão em funerais papais.
O italiano negou todas as acusações. Um representante do Vaticano disse que o papa Bento 16 está ciente do escândalo.
De qualquer maneira, por tradição, os integrantes da Santa Sé não se pronunciam antes do julgamento definitivo de uma pessoa e de sua condenação pela Justiça.
Coral
A Igreja Católica Romana da Alemanha revelou ontem acusações contra padres que teriam violentado e abusado sexualmente de meninos em pelo menos três escolas da Baviera, cidade natal do papa Bento 16.
Um dos casos teria ocorrido no renomado coral já liderado pelo irmão do papa Bento 16, o reverendo Georg Ratzinger, de 86 anos.
O religioso, que comandou o coral de 1964 a 1994, disse que não sabe de nenhum abuso no coral-- que regularmente se apresenta em turnês no exterior. A diocese investiga os casos.